30 outubro 2015

A Cidade das Sombras - Parte I



por Walter Júnior


Fala galera, leitores assíduos – e outros nem tanto assim – que sempre visitam meu blog, tudo bem com vocês?
Hoje estaremos iniciando a estória de mistério que envolve “A Cidade das Sombras!”, espero que estejam gostando das estórias e dos textos que estou escrevendo para vocês, então se tiver coragem vem comigo.


"Não me lembro como cheguei aqui, mas, isso já não importa, preciso encontrar um jeito de fugir, estou enlouquecendo.

Meu nome é André, basicamente é o que sei de mim, o resto de minhas lembranças foram roubadas depois que cheguei aqui. Será que você pode me ajudar a descobrir uma saída? Sou um jovem como você, com sonhos, planos e muita coisa ainda para viver.

Estou escondido em um porão e preciso falar baixinho assim para que eles não me ouçam.

Creio que já enlouqueci, pois enquanto escrevo essas palavras na parede, imagino que alguém em outro mundo, outra dimensão, outro pesadelo, poderia estar lendo e quem sabe conseguiria me dizer como saio daqui.

Enquanto o dia está claro ainda consigo me sentir um pouco seguro, mas o cair da noite me faz tremer de medo. Só eu sei o que estou passando. Aqui não há comida, água e nem esperança, caso eu não morra ao ser encontrado por eles, com certeza morrerei de inanição.

Os sons que vem da rua me apavoram, sei que existem pessoas como eu lá fora e muitas delas estão sendo mortas, consigo ouvir os gritos de dor e terror quando eles às encontram, espero ter melhor sorte que elas.

Penso em sair daqui, enfrentar o perigo mesmo que seja a minha última decisão errada, mas pelo menos morreria com coragem e talvez eu descobriria onde estou. Quem sabe conseguiria até sair vivo desse pesadelo.

Nossa, estou ouvindo sons de passos se aproximando daqui. Não me entregarei tão facilmente.

- Podem vir, seus demônios. Estou pronto para vocês!

- Não grite seu idiota, eles irão nos encontrar!

Enquanto eu pensava que estaria prestes a enfrentar aqueles seres demoníacos, uma voz doce sussurrou vindo das sombras.


- Como você me encontrou aqui?

- Eu não sei. Não me lembro de nada. Quando eu abri os olhos estava deitada na rua aqui de frente, foi quando vi um daqueles monstros, corri até aqui e por sorte ele não me viu. Foi quando ouvi alguns sussurros vindo deste porão e resolvi descer para tentar descobrir como vim parar aqui.

- Estamos na mesma situação, também não sei como cheguei aqui. O que eu sei é que existem seres lá fora e que, outros como nós, já foram mortos por eles.

- Precisamos encontrar um modo de sairmos daqui, não quero morrer neste lugar.

- Eu já pensei em várias formas de sair daqui, mas nunca tive coragem de colocar nenhuma em prática, todavia, estou decidido a enfrentar o que for, mesmo que isso custe a minha vida, pois, prefiro morrer tentando do que aceitar o destino de braços cruzados.

- Gostei de ver. Esqueci de me apresentar, eu me chamo Roberta.
Estou paralisado olhando para ela. Não havia reparado em sua beleza até aquele momento.

O amor é um sentimento engraçado, surge até nas circunstâncias mais extremas. Bom, antes que alguém me critique, quero dizer que eu acredito em amor à primeira vista, pois quando a gente vem para terra, somos acompanhados de uma alma gêmea, também chamado de alma irmã... Bom, essa história você já conhece.

Sei que aquela linda mulher encantou-me verdadeiramente e, por ela, eu atravessaria até o inferno.

Não sei quais os perigos que nos esperam do lado de fora, mas irei enfrenta-los.

- Oi, tem alguém aí?

- Nossa, desculpa. São tantas coisas que acabei viajando em meus pensamentos. Sou o André, prazer conhece-la.

- Precisamos pensar em um plano de como sair daqui e como enfrentar os perigos lá fora.

- Creio que o primeiro passo é sabermos que estaremos enfrentando, pois seriamos derrotados rapidamente se fôssemos lá fora sem a mínima ideia do que iremos enfrentar.

Eu e Roberta subiremos agora até a casa, será a primeira vez que saio do porão desde que cheguei aqui, para falar a verdade, não sei há quanto tempo estou trancado ali.

- Vamos com cuidado, qualquer barulho que fizermos poderá atrair esses monstros para cá.

- Veja Roberta, vamos até aquela janela, acho que conseguiremos ter uma boa visão da rua.

Estamos caminhando até a janela agora, nossos passos são lentos e macios, temos medo que o piso de madeira faça algum ruído enquanto nos movimentamos.

Chegamos até a janela, o sol já está se pondo lá fora e as sombras traduzem o horror que espera por nós.

- Acho melhor ficarmos de guarda aqui e esperarmos o dia amanhecer, pois, sempre ouço gritos horríveis durante a noite, acho que deve ser o momento em que eles estão mais ativos.

- Concordo! Faremos o seguinte, vamos ficar de prontidão aqui na janela em um sistema de guarda, cada um ficará durante duas horas e depois o outro, isso até amanhecer.

Eu como homem, fui o primeiro a ficar. A rua estava deserta e o silêncio doía em meus ouvidos, lá fora estava calmo até demais. Preciso ficar atento.

A Roberta parecia estar bastante cansada, bastou sentar-se no chão e se encostar na parede que já adormeceu. Para falar a verdade, estou começando a ficar com sono também, mas fazem apenas cinco minutos que estou de sentinela, precisarei me manter alerta.

Estranho, estava tudo tão silencioso e agora estou ouvindo uma melodia, não sei distinguir que som é esse, mas está me trazendo uma paz enorme, sinto-me seguro e até parece que não estou nesse inferno.

Vou deixar a Roberta dormindo e irei até lá fora, nada de ruim irá me acontecer, não existe perigo.

- Onde você está indo seu louco?

- Calma Roberta, está tudo tranquilo. Não existe perigo nenhum.

Não entendo as mulheres, sempre preocupadas. Vou só abrir a porta e respirar um ar puro. Eu deveria ter vindo aqui fora a mais tempo, porque...

O que foi isso? O que estou fazendo aqui na porta? Por que você está me segurando?

- Fica quieto seu idiota, deixe eu lhe mostrar uma coisa.

Estamos indo novamente até a janela, não entendo porque a Roberta está tapando os meus ouvidos, não estou entendendo mais nada.

- Veja ali nas sombras, está vendo?

- Não estou vendo nada, acho que você está imaginando coisas.

- Olha direito seu imbecil, limpe sua mente e concentre-se.

É difícil limpar a mente quando uma mulher linda está lhe xingando, mas vou tentar. Não estou vendo nada ali, mas se ela diz que tem, vou me esforçar mais um pouco mesmo sabendo que não verei nada além daquela criança parada olhando para nós...




- Você está vendo o mesmo que eu?

- Claro que estou, era ele que estava cantando aquela melodia. Percebi que essa é a arma usada por eles para atrair as pessoas para fora de seus esconderijos.

- Quer dizer, então, que se não fosse você eu estaria morto agora?

- Sim! Você me deve sua vida.

- Que droga, agora terei que passar a vida toda ao seu lado, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, até que a morte nos separe!

- Cara, a morte vai chegar rapidinho para nós se você não calar essa boca."

Continua...


1 comentários:

Olá, olá! Não conhecia o blog. Curti.

Seguindo!
Beijos,
http://postandotrechos.blogspot.com.br/

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Agradeço todos os elogios assim como também as críticas, espero crescer a cada dia na escrita e no modo de utilizar as palavras, para que sempre que algum leitor deparar-se com aquilo que escrevo, sinta-se a vontade e confortável para ler.