Trovas de Pensamentos

📜 MANIFESTO CULTURAL 📜

Esse não é um simples manifesto pela cultura brasileira, talvez nenhum artista moderno dê a atenção necessária para isso, por isso, faço deste um mero aviso, um clamor, um pedido de socorro, um alerta proclamado por alguém que defende os movimentos culturais e não deseja ver o sucateamento dos tesouros que os mestres cultivaram durante séculos em cada região do país. 

Não é momento de apontar o dedo e indicar um culpado para tal situação, precisamos nos unir e valorizar a arte que ainda nos resta, além de ressuscitar no dia a dia, os grandes nomes que dedicaram-se para que as artes cênicas, literatura, música e tantas
outras formas de expressão cultural nacional e regionalista, além de apoiar os novos nomes que surgem para renovar esse movimento, mas que são sufocados pelo descrédito e falta de reconhecimento.

Todos nós que declaramos fazer parte dos movimentos culturais, sejam eles de qualquer tipo, temos o dever de fazer nossa parte, deixar um pouco o egocentrismo de lado e parar de olhar apenas para o nosso próprio umbigo, pois com a decadência da arte, nós somos oa principais afetados. Independente de fama, de visibilidade e popularidade que temos, só depende de nós a forma que a sociedade se completará diante da cultura, a aceitação, preservação e expansão da mesma no futuro.

Uma nação que não valoriza e/ou desconhece sua própria cultura, está fadada ao fracasso, haja vista que perde seu senso crítico e passa a aceitar o que é imposto pela grande mídia e pseudo intelectuais que sequestaram com discursos eloquentes, a capacidade criativa das pessoas comuns. Passaram a vender uma visão de deidade, buscando adoração e espalhando o engodo de que a arte é um clube fechado, onde apenas os escolhidos podem entrar.

A cultura é popular, seja a erudita ou a dos grupos de tradição. A cultura é do povo e para o povo. Hoje o que faz a arte ser valorizada, não é a competência do artista, mas o quanto ele está disposto a pagar, seja em dinheiro ou humilhação, para que o seu dom chegue a mesa do seu público, não importando para os chamados "produtores culturais" a qualidade do trabalho que está diante deles, mas o retorno financeiro que aquele obra o dará. 

Por fim, vejo o risco que a cultura está correndo, diante da conjuntura política e social que estamos vivendo. Reforço a minha visão de que somos nós os responsáveis pela preservação e ampliação da arte em nosso país, além da valorização dos nossos artistas. Façamos a nossa parte, a cultura é viva, traz vida e as mudanças necessárias para o desenvolvimento intelectual de um país. 

WALTER JÚNIOR 

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