26 dezembro 2022

Para sempre amor!

Por Walter Júnior.

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 Prólogo:

 Quando criança, idealizei muitas vezes o meu "par perfeito". Passava dias e noites imaginando, detalhando, me apaixonando por aquele ideal ser. Desenhava entre rabiscos e fazia poesias que colocavam cada aspecto do grande amor da minha vida em seu devido lugar. Sempre fui um cara sonhador, vivia a repetir que: nasci na época errada. Gostaria de ter vivido na época dos trovadores ou, quem sabe, nas décadas mais recentes, nas quais ainda se faziam serenatas em noite de luar para a alma amada. Sabe aquelas gravuras que mostram homens de terno bem alinhado, com um chapéu pralana que é retirado gentilmente sempre que se cumprimenta uma donzela? Bom, eu me via naquelas imagens.

Nunca tive vergonha de expressar publicamente os meus sentimentos

e o que hoje chamam de bullying era minha monotonia nos tempos de colégio, pois sempre amei poesias, enviar cartas, cartões e flores. Sinceramente, jamais me importei com as zoações - mesmo quando a cartinha era rasgada pela destinatária ou quando o simples "não" era transformado em um show de horrores no meio do pátio da escola - pois, minha meta sempre foi ser exatamente o oposto daqueles caras que zombavam do meu romantismo e viviam cercados pelas meninas que desprezavam meu amor. Um dia eu encontraria quem iria valorizá-lo e eu faria dela a mulher mais amada desse mundo.

Os anos passavam e eu seguia firme em meu propósito de:

1 - Ser o cara diferente, já que ouvia as mulheres dizendo que todos os homens eram iguais.

2 - Propagar o amor através de meus textos, poemas e conversas. (Em meados da virada do milênio, não era tão fácil ter acesso a Internet e criar um site ou blog, minha estratégia era o famoso "boa a boca".)

3 - Encontrar a garota que eu havia idealizado em meus sonhos, algo me dizia que ela existia, não era mera utopia de um garoto de 8 anos.

Nessa jornada, fui perdendo um pouco do meu "eu original", percebi que a vida não era tão romântica como nos livros e que a friend zone era a sala de estar nos mais diversos corações, local apropriado para recepcionar os pregadores do amor verdadeiro, sempre buscando a deixa para dispensá-los educadamente, na maioria das vezes com a frase: o problema é comigo, não com você. Isso ainda era bom, pior é quando as pessoas fazem silêncio fingindo não ouvir o chamado até você ir embora.

Entre tantas vezes que decidi abandonar essa minha ideologia de vida e outras tantas que tentei imitar alguns amigos que eram cafajestes assumidos e sempre foram os mais cobiçados pelas garotas, percebi que não havia como fugir do meu destino e, encontrando ou não aquela que alimentava minhas emoções, mesmo ela sendo apenas uma construção do meu ingênuo pensamento trovadoresco, eu iria seguir firme no meu propósito, semeando o amor enquanto eu mesmo não podia colhê-lo. Enfim, esse é o início da minha história, do meu clichê, da minha filosofia do: para sempre amor!


Continua...

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Agradeço todos os elogios assim como também as críticas, espero crescer a cada dia na escrita e no modo de utilizar as palavras, para que sempre que algum leitor deparar-se com aquilo que escrevo, sinta-se a vontade e confortável para ler.